domingo, 3 de janeiro de 2016

P.Pedestre "Por terras de Cabral"










Subindo ao cabeço do Bispo







A serra da Estrela, ainda coberta com neve!










Cabeço do Bispo (716mts)









Descendo a serra de Vale do Mourão





Já se avista Belmonte.


















Sempre rodeados por mimosas!







Belmonte à vista!


 Torre de Centum Cellas
A Torre de Centum Cellas (também Centum Cellæ, Centum Celli, ou Centum Cœli), antigamente também denominada como Torre de São Cornélio, localiza-se no monte de Santo Antão, freguesia do Colmeal da Torre, concelho de Belmonte, Distrito de Castelo Branco, em Portugal.
Trata-se de um singular e curioso monumento lítico actualmente em ruínas que, ao longo dos séculos, vem despertado as atenções de curiosos e estudiosos, suscitando as mais diversas lendas e teorias em torno de si.
Uma das tradições, por exemplo, refere que a edificação teria sido uma prisão com uma centena de celas (donde o nome), onde teria estado cativo São Cornélio (donde o nome alternativo).
Sobre a sua primitiva função, acreditava-se que pudesse ter sido um prætorium (acampamento romano). Entretanto, campanhas de prospecção arqueológica na sua zona envolvente, empreendidas na década de 1960 e na década de 1990, indicam tratar-se, mais apropriadamente, de uma uilla, sendo a torre representativa da sua pars urbana, estando ainda grande parte da pars rustica por escavar.







A estátua de Pedro Alvares de Cabral ,escultura em bronze, com plinto em granito, erguida em 1961 em homenagem ao descobridor.
Pedro Álvares Cabral (Belmonte, 1467 ou 1468 — Santarém, c. 1520) foi um fidalgo, comandante militar, navegador e explorador português considerado o descobridor do Brasil. Cabral realizou a primeira exploração significativa da costa nordeste da América do Sul, reivindicando-a para Portugal. Embora os detalhes da vida de Cabral sejam esparsos, sabe-se que veio de uma família nobre de grandeza secundária e recebeu uma boa educação formal. Foi nomeado para chefiar uma expedição à Índia em 1500, seguindo a rota recém-inaugurada por Vasco da Gama, contornando a África. O objetivo deste empreendimento era retornar com especiarias valiosas e estabelecer relações comerciais na Índia — contornando o monopólio sobre o comércio de especiarias, então nas mãos de comerciantes árabes, turcos e italianos.





Igreja de S.Tiago e Panteão dos Cabrais
A Igreja de S. Tiago foi igreja paroquial até 1940 e esteve sempre associada aos Cabrais. Esse facto justifica que o Panteão dos Cabrais lhe esteja adossado à esquerda.
Esta igreja é um belíssimo exemplar de arquitectura românica-gótica com frontaria barroca .A igreja de S. Tiago terá sido construída por ordem de D. Maria Gil Cabral, esposa de Gil Álvares Cabral no século XIII, depois de a ter recebido em testamento de D. Gil Cabral, Bispo da Guarda com a condição de ali instituir uma capela dedicada a Nossa Senhora da Piedade e construir um morgadio vinculado à mesma. Este morgadio foi criado em 1397 a favor de Luís Álvares Cabral, sobrinho da fundadora, já que não deixou descendência. Foi desta forma que se criaram as bases do poder temporal dos Cabrais em Belmonte.

No interior da Igreja situa-se a Capela de Nossa Senhora da Piedade onde se encontra a famosa Pietá monolítica que é ladeada pelo túmulo armoriado de D. Maria Gil Cabral. Esta capela gótica possui arcos quebrados e abóbada de cruzaria de ogivas, colunas com capitéis decorados com motivos zoomórficos, florais e antropomórficos, dos quais se destacam os que pertencem às colunas encostadas ao arco toral e ao fundo da arca tumular. Estes capitéis historiados relatam feitos ocorridos no Norte de África e que se atribuem a Fernão Álvares Cabral.As várias pinturas murais que aqui se vislumbram forma postas a descoberto aquando das obras de restauro da Igreja (1963), altura em que se procedeu à remoção dos retábulos entalhados da capela-mor e da colateral direita. As datas de execução destas pinturas estende-se por cerca de 150 anos desde o séculos XV-XVI ao séculos XVII e correspondem a cinco campanhas distintas de pintura.
No fresco manuelino da parede fundeira, na capela-mor, encontram-se representadas três figuras: Virgem com o Menino, Santiago e S. Pedro que forma uma espécie de tríptico. As decorações de temática vegetalista inspiradas na olaria tradicional que ladeiam a representação central são do Século XVII, mais precisamente, da altura do acoplamento do retábulo-mor primitivo (1630).




Panteão dos Cabrais









Janela de estilo Manuelino





Entrada do castelo






Comunidade Judaica e o seu complexo habitacional
Depois de séculos de organização judaica em segredo é nos anos vinte do século XX que Samuel Schwarz anuncia a existência de uma comunidade no interior de Portugal, junto à Serra da Estrela: Belmonte, a vila natal do descobridor do Brasil em 1500, Pedro Álvares Cabral.
Findas as perseguições da Inquisição e terminados os processos de integração católica que diluíram a totalidade das muitas comunidades existentes, veio a descobrir-se que nesta vila estavam vivas as tradições, a organização e a estrutura religiosa dos últimos judeus secretos de Portugal. Belmonte é, no limiar do século XXI, a última comunidade peninsular de origem Cripto-Judaica a sobreviver enquanto tal. São cerca de 200 pessoas, quase 10% dos habitantes da vila.
A onomástica presente na vila é clara: existem os Sousa, Dias, Henriques, Fernandes, Mendes, Diogo, Rodrigues, etc. A origem remota desta comunidade está comprovada, pelo menos desde o século XIII (1297) e subsiste ainda hoje com unidade, possuindo sinagoga, rabino e cemitério próprio. Tem igualmente uma direcção comunitária.
A sua importância deve-se mais à originalidade de uma resistência decorrida ao longo dos séculos do que ao seu peso demográfico ao longo da história.
A comunidade de Belmonte cumpre hoje os principais ritos religiosos, alguns dos quais haviam desaparecido da memória colectiva belmontense. Outros foram secularmente cumpridos, embora por vezes fortemente deturpados. É necessário entender que esta comunidade se tornou secreta durante séculos e não manteve qualquer tipo de contacto com o judaísmo exterior.
Actualmente, o ciclo litúrgico anual dos judeus de Belmonte compreende o Dia do Perdão (Yom Kippur), a Festa dos Tabernáculos (Sukot), a Alegria da Lei (Simhat Torah), a celebração da Rainha Ester (Purim), a Santa Festa (Pessah) e a Festa das Colheitas (Sabuot).
Para que se compreendam as transfigurações tornadas evidentes pelo isolamento secular veja-se o caso da Hanukah. Esquecida há séculos, havia sido substituída pela cerimónia do Natalinho. Interrogados sobre o seu significado, os judeus belmontenses diziam que se celebrava o nascimento do Santo Moisés. Nas últimas décadas a festa acabava por coincidir com o Natal dos cristãos. Todos estes curiosos relatos podem ser analisados no livro de Maria Antonieta Garcia Os Judeus de Belmonte







Visita ao Museu do azeite


Vista da janela do hotel Belsol, na manhã seguinte,
 prometendo um excelente dia para nova caminhada!



Sem comentários:

Enviar um comentário